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SERMÃO DO CULTO RAÍZES +30

“PEDRAS QUE FALAM, RAÍZES QUE SUSTENTAM E FRUTOS QUE PERMANECEM”


Há momentos na história de um povo em que o tempo parece abrir espaço para a eternidade. Hoje é um desses dias.

Trinta anos se passaram desde que a Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém foi plantada como uma pequena semente, regada com fé, oração e esperança. De lá para cá, enfrentamos desertos, atravessamos rios, subimos montes e lançamos raízes profundas. Não chegamos aqui por acaso. Chegamos conduzidos por uma “Forte mão”!

Lembro das palavras de Deus a Josué, quando o povo atravessou o Jordão e pisou em terra firme. Um monumento de 12 pedras foi edificado ali. Mas era mais do que um memorial apenas, aquilo seria uma pregação silenciosa para as próximas gerações.

Hoje, somos nós que olhamos para trás e podemos perguntar: “Que significam estes trinta anos?” E a resposta não está apenas nos marcos visíveis — nos cultos celebrados, nos ministérios organizados, nos prédios erguidos. A resposta está nas raízes invisíveis que sustentam essa igreja desde o início.

Essa é a nossa história: uma comunidade que cresceu e frutificou porque se aprofundou em suas raízes. Cada fruto colhido nesses anos — vidas transformadas, famílias restauradas, vocações despertadas, cidades servidas — só existe porque houve raiz. Raiz na Palavra. Raiz na graça. Raiz em Cristo.

Não estamos aqui para nos vangloriar do que construímos, mas para lembrar Quem construiu conosco. Não estamos apenas celebrando um número redondo, mas reafirmando uma identidade: somos um povo de raiz e de memória. De presença e de promessa. De pedra e de Palavra.

Por isso, hoje erguemos, com gratidão, as nossas “pedras memoriais”. E ao mesmo tempo, reafirmamos nosso compromisso de continuar lançando raízes — não para o passado, mas para o futuro que Deus ainda vai escrever através de nós.

Quando os israelitas atravessaram o Jordão e pisaram na terra da promessa, o primeiro gesto não foi plantar, nem guerrear, nem construir. Foi lembrar. Doze pedras foram tiradas do fundo do rio e colocadas em Gilgal — não como ornamento, mas como testemunho.

[Josué 4:4-7] — “Josué convocou os doze homens que escolhera dentre os israelitas, um de cada tribo, 5 e lhes disse: “Passem adiante da arca do SENHOR, o seu Deus, até o meio do Jordão. Ponha cada um de vocês uma pedra nos ombros, conforme o número das tribos dos israelitas. 6 Elas servirão de sinal para vocês. No futuro, quando os seus filhos perguntarem: ‘Que significam essas pedras?’, 7 respondam que as águas do Jordão foram interrompidas diante da arca da aliança do SENHOR. Quando a arca atravessou o Jordão, as águas foram interrompidas. Essas pedras serão um memorial perpétuo para o povo de Israel”.

Aquelas pedras não tinham voz, mas falavam. Diziam, com sua simples presença: “Aqui o Senhor fez maravilhas”.

A IPNOVA também tem suas pedras. Algumas são visíveis: o templo que hoje nos abriga, as programações que marcaram gerações, os aniversários, os batismos, os cultos de Natal e de Páscoa, os retiros, o REMA, encontros…

Outras [pedras] são invisíveis, mas não menos reais: a primeira oração em uma sala improvisada, o primeiro louvor tímido em meio a cadeiras vazias, o primeiro choro no gabinete pastoral, o primeiro passo de fé dado quando não havia recursos nem garantias.

Lembrando daquelas 12 pedras de Josué 4, notamos algo ainda mais precioso do que as próprias pedras: a pergunta que elas provocariam nos filhos do futuro: “Que significam essas pedras?”

Hoje, os filhos, os netos, os recém-chegados — todos olham para esta igreja de 30 anos e, mesmo sem palavras, perguntam:

Que história há aqui? Que Deus é esse que sustenta o povo há três décadas?

E nós respondemos com alegria:

É o Senhor! Foi Ele quem abriu caminho. Foi Ele quem sustentou todo esse tempo. Foi o Senhor quem fez brotar vida onde no início eram apenas expectativas. Foi e é o Senhor!”

Nesses 30 anos, Deus nos ensinou que cada pedra levantada deve apontar não para nossa glória, mas para a dEle. Cada estrutura que permanece é, na verdade, um altar de memória — e toda memória, quando colocada nas mãos de Deus, se transforma em missão.

Celebrar o passado é reconhecer que houve graça. Mas é também comprometer-se com o presente. Porque uma pedra que fala não pode ser apenas nostalgia — tem que ser também sustento e direção.

É onde começo a pensar em Raízes. 

A promessa dada por Deus ao povo de Judá em Isaías 37.31 era clara e poderosa:

Mais uma vez um remanescente da tribo de Judá lançará raízes na terra e se encherão de frutos os seus ramos.

Primeiro raízes. Depois, frutos.

Vivemos em tempos em que muita gente quer frutificar sem antes enraizar. Quer colher sem plantar, aparecer sem aprofundar. Mas a história da IPNOVA não foi escrita assim.

Aqui, os frutos vieram porque as raízes foram lançadas — silenciosas, profundas, insistentes.

Raízes que eram lançadas quando ninguém via. Quando os cultos eram pequenos, mas cheios de esperança. Quando o desafio era maior que os recursos, mas a fé era maior que o desafio. Quando pastores e líderes decidiram que buscariam consenso entre si e confirmação do Senhor para os direcionamentos da Igreja. Quando famílias abriam suas casas e começaram os primeiros Pequenos Grupos. Quando cada ministério nascia não por vaidade, mas por vocação.

Essas raízes são feitas de Palavra pregada com fidelidade. De oração nas madrugadas. De ensino bíblico e discipulado constantes. De comunhão verdadeira. De gente que ama Jesus mais do que ama cargos e estruturas.

E é por causa dessas raízes que essa árvore não secou nos tempos de seca. Quando vieram as crises, as perdas, as lutas, as despedidas (muitas dolorosas) a IPNOVA permaneceu de pé — não porque tivesse folhas bonitas, mas porque havia lançado raízes profundas.

Hoje, ao celebrar 30 anos, não somos chamados a nos deslumbrar com os frutos, mas a cuidar das raízes.

A árvore que cresce para o alto é a mesma que mergulha para baixo.

A igreja que floresce para o mundo é a mesma que se aprofunda em Cristo.

Depois das pedras que evocam a memória e das raízes que dão sustento e firmeza, vem o tempo dos frutos. Mas não de qualquer fruto, são FRUTOS QUE PERMANECEM!

Como diz o apóstolo Paulo em Colossenses 2.6-7:

Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, 7 enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão.

O segredo está na continuidade: “continuem a viver nele.

Celebrar 30 anos é muito, mas não é tudo. Porque Cristo não nos chamou apenas para registrar uma bela história — Ele nos chamou para permanecer frutificando até que Ele volte.

E esses frutos não se resumem a números ou estruturas. São frutos de serviço; de reconciliação; de missões; de novos discípulos. Frutos de uma igreja que não estaciona na memória, mas avança no chamado.

A IPNOVA foi chamada para continuar sendo uma igreja relevante sem perder a reverência, moderna sem perder a história e acolhedora sem negociar a verdade.

Uma igreja que não se molda aos padrões do século, mas que, como Davi, “serve aos propósitos de Deus em sua geração, enraizada em Cristo, regada pela Palavra e frutificando no Espírito.

E ainda há algo importante nas palavras de Paulo: ele diz que esse caminhar deve ser feito “transbordando de gratidão”.

Gratidão não como ponto final, mas como combustível para os próximos passos.

Gratidão que gera generosidade. Que inspira entrega. Que nos move da contemplação para a ação.

Então, ao olharmos para os próximos 30 anos, nossa pergunta não deve ser: “O que ainda vamos conquistar?”

Mas sim: “Em quem continuaremos enraizados? Para quem continuaremos frutificando?

Porque a resposta a essa pergunta vai determinar o tipo de Igreja que continuaremos sendo e o tipo de frutos que queremos deixar.

UMA IGREJA COM RAIZ E MEMÓRIA

Trinta anos. Trinta colheitas. Trinta ciclos de graça.

Diante de Deus e uns dos outros, hoje nos tornamos como o povo que saiu do Jordão carregando pedras. Não como quem carrega um peso, mas como quem carrega, sim, um testemunho e uma responsabilidade. Cada pedra erguida aqui — cada história, cada gesto, cada lágrima, cada culto, cada recomeço — aponta para a mesma evidência:

O SENHOR AMA A NOVA JERUSALÉM. E A SUa fidelidade DURA PARA SEMPRE.

Por isso, hoje celebramos com gratidão, mas também com responsabilidade: essa igreja não é um prédio, tampouco um monumento, é um organismo vivo. Não é um museu de memórias, é um campo de missão.

Hoje somos chamados a lembrar e celebrar, mas também a confiar e continuar.

Se os últimos 30 anos foram marcados por pedras memoriais e raízes profundas, os próximos serão marcados por frutos que permaneçam para a glória de Deus.

Que a nova geração — os filhos e netos que crescem entre nós — quando olharem para essa igreja, também perguntem:

Que significam essas pedras? De onde vêm essas raízes?

E a resposta será clara:

“Vieram do Senhor. Foram plantadas por Ele, nEle. Crescem por causa dEle. E continuam frutificando para Ele.

Portanto, queridos irmãos da Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém:

Continuem. Perseverem. Sirvam. Adorem. Enraízem-se. Frutifiquem. Transbordem.

E nunca se esqueçam:

Deus não foi fiel SÓ NO PASSADO. Ele é fiel. E continuará sendo para sempre!

PARABÉNS, Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém!

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